*** VISITARAM O CANTADOR ***

contador de acessos

O CANTADOR

Minha foto
Marabá, Pará, Brazil
Sou cantador pelo mundo, sacudidor de poeira, tenho medo dessas águas mas não largo a ribanceira, quem prova dessa fartura não despreza a capoeira.

sábado, 29 de janeiro de 2011

*ÁGUAS DE RIOS

O cantor, compositor e amigo Zeca Tocantins acabou de publicar seu blog ÁGUAS DE RIOS, eu ja estou desfrutando dessa frondosa e frutífera árvore de poesias, coma também desses frutos e beba ÁGUAS DE RIOS.
*****
****
***
**
*
Clique aqui:ÁGUAS DE RIOS.
Zeca Tocantins & Clauber Martins (cantador) no Candeias...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

* INCLUSÃO DIGITAL EM MARABÁ...

INCLUSÃO DIGITAL EM MARABÁ É DESSE JEITO !!!
ENQUANTO CIDADES DE POPULAÇÃO E PIB EXORBITANTEMENTE INFERIORES TÊM INTERNET BANDA LARGA E INCENTIVO VERDADEIRO À INFORMATIZAÇÃO, NÓS ESTAMOS ASSIM: PAGANDO CARO P/ UMA INTERNET À MANIVELA OU ENTÃO RASTEJANDO C/ O "NAVEGA E PÁRA, NAVEGA E PÁRA, NAVEGA E PÁRA" ...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

* NUA E CRUA (O fantástico mundo de plástico)

NUA E CRUA

                                                           Clauber Martins
Quando a vida era colorida
A televisão surgiu em preto e branco
E aos poucos foi nos roubando as cores
Deixando cinzenta a nossa realidade
Desde então as nossas tradições
Viraram personagens de um roteiro manco
Mutilada a nossa cultura
Foi sentenciada a antiguidade

Zumbi dos Palmares virou robocop
Tambor-de-crioula o tecnopop
Peri e Ceci protagonizaram um filme pornô
Morrer de velhice é falta de sorte
A bala perdida é a moda da morte
São Jorge guerreiro venha nos salvar num disco-voador

Mas na poesia a vida continua
Eu canto em casa e no meio da rua
É nessa onda que eu vou me antenar
A felicidade eu quero nua e crua
O meu amor eu vou levar pra lua
Sambando em cima do meu boi-bumbá.





* RODA D'ÁGUA

RODA D’ÁGUA
Clauber Martins
                            
Essa gente humilde quer viver em paz
Cinzas não se regeneram mais
Faca cega na dá corte
Esse chão vermelho ainda não secou
Quem cavar vai encontrar a dor
Pelo bico desse norte.

Debaixo das castanheiras e dos pés - de - jatobá
Sombras onde ecoaram ganidos de dor
Onde pereceram homens preparados pra morrer
Cidadãos de um país que ainda vai nascer.

O canto lírico das aves
Reverenciando o espelho natural
Beleza refletida de um cenário colossal
Um sentimento emudecido
Pelo estampido de uma falsa fé
Lampejos de razões enraizados pela planta do pé.

Quantos corações iscados neste anzol
Pra fisgar um peixe de papel
Abocanhando os bigodes
Entre mortos, generais e coronéis
Modelados contos de cartéis
Publicados nos tablóides.

Manchas que o grande rio não consegue desaguar
Encardidas no silêncio do trabalhador
Gente procurando gente que jamais existirá
Pelas normas da lei que o cão determinou.

Enquanto isso a roda gira
Enchendo de vento o bucho da nação
É tempo de fazer valer a força da razão
E a água enche a roda d’água
Que enrola a mágoa dessa multidão
É tempo de arrancar a dignidade do chão.


* NO TEMPO DA MENINISSE...


A SAGA DE UM ANCIÃO

Clauber Martins

Hêita saudade danada
Do tempo da meninisse
Da parte verde da vida
Vivida no interior
Gongó de chita encarnada
De couro-cru a alpercata
Puxando um carrim-de-lata
Comendo taturubá
O mundo inteiro eu andava
Sem sair do meu lugar

Caçava de baladeira
Armava arapuca e laço
Banhava nu no riacho
Nem via o tempo voar
Depois voltava pra casa
Mascando um bolo-de-barro
Com a venta cheia de catarro
Ouvindo a nambu cantar
O mundo inteiro eu andava
Sem sair do meu lugar

De noite a gente escutava
Debaixo dum céu formoso
As histórias de trancoso
Capelobo e nego-d’água
Sonhava que era vaqueiro
Do aboio mais bonito
Tangendo o gado no grito
Pra porteira do currá
O mundo eu andava
Sem sair do meu lugar

Hoje com setenta anos
De cabelo embranquecido
Velho, cansaço e esquecido
No asilo do desengano
Feito um boneco-de-pano
Passarim de cativeiro
Me acocha um desespero
Quando começo a pensar
O mundo inteiro eu andava
Sem sair do meu lugar ...